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Foto do escritorAbrh Blumenau

Mães no Mundo Corporativo.


É incrível pensar que uma mulher consegue ser mãe, esposa e ainda trabalhar. Mas no mundo corporativo ainda não temos toda essa valorização.


De acordo com o IBGE, as mulheres hoje representam 45% da força de trabalho no Brasil, mas chegar a cargos de liderança não é algo tão comum assim para elas. Atualmente, somente 42,4% dos cargos de gerência são ocupados por mulheres. Quando falamos de cargos de diretoria e superintendência a desigualdade é ainda maior, sendo 13,9% e 27,3% os cargos ocupados, respectivamente.


Além da desigualdade de espaço para ocupar estes cargos, quando chegam a tais posições ainda assim ganham em média 70% do salário de um homem.

Estudos recentes demonstram que as mulheres ocupam muito mais seu tempo com estudo do que os homens e, mesmo com tanto esforço e jornadas extensas dividindo seu dia entre estudo, trabalho e cuidado com a casa, não são levados em conta para a valoração da mulher.


Se ser mulher já é um atestado de desigualdade de salário e menores oportunidade de cargos de liderança, quando falamos de mulheres que estão planejando ser mães ou com filhos pequenos o mundo corporativo é cruel.


Não podemos generalizar, tenho visto diversos depoimentos sobre empresas que contrataram ou promoveram mulheres grávidas, ou que promoveram mães que recém retornaram de suas licenças maternidades. Mas sejamos sinceros, isso são casos bem mais raros que o oposto.


Mas será que essas mesmas empresas param para avaliar a capacidade feminina em lidar com problemas?

Segundo um dos maiores estudos já desenvolvidos sobre as diferenças entre homens e mulheres, feito pela Universidade de Cambridge, mulheres são comprovadamente mais empáticas. E quando falamos de liderança, ser empático é primordial para um bom desenvolvimento com sua equipe.


Mas ainda no mundo corporativo o grande desafio para uma mulher mãe é a compreensão de suas necessidades. Em uma família, mesmo com pais super presentes, a conexão mãe e bebê ou crianças pequenas é inevitavelmente mais forte. Existe todo o contexto que envolve o processo da gestação e amamentação, e quando uma criança adoece, na maioria dos casos o colo que essa criança precisa é o da mãe. A empresa deveria ter o olhar materno e entender que um filho doente é uma mãe doente. Que mãe trabalharia tranquila sabendo que seu filho que é um pedaço do seu próprio ser está doente e precisando de sua atenção?



O mundo corporativo vem se adaptando aos conceitos de diversidade, a necessidade de defender causas, mas ainda é uma luta frequente a busca pela igualdade de gênero. Acredito que as novas gerações são bem mais defensoras quanto a essas causas, mas precisamos falar mais sobre o assunto, integrar as culturas organizacionais e os processos de RH para que tais processos desiguais possam ser neutralizados.


Uma demonstração deste avanço foi a recente notícia sobre o reconhecimento da dupla jornada das mulheres para os processos de aposentadoria na Argentina. Espero que o mundo olhe para este fato e reconheça a carga histórica da dupla jornada feminina.

Por: Ilana Brancalhão





Colaboração:

Mariana Silveira

Voluntária ABRH Blumenau

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